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Círculos de Mujeres - Buena Semilla (Círculos de Mulheres - Boa Semente)

Tornar-se mãe é uma experiência única, mas que está longe de ser uma tarefa fácil, como nos lembra este testemunho de uma mãe na Guatemala: “Eu costumava sentir raiva o tempo todo, e se meus filhos não me obedecessem, eu batia neles e, em seguida, me sentia triste”. Essa carga emocional é particularmente prevalente em gestantes e mães em comunidades de baixa renda, que relatam altas taxas de depressão e ansiedade que as afetam, bem como seus filhos e suas famílias. O projeto Círculos de Mulheres – Boa Semente é uma inovação que adota uma abordagem de “laboratório vivo”, em que as comunidades são codesenvolvedoras de atividades e se tornam cocriadoras de soluções para os seus problemas mais urgentes. Nos Círculos, as mulheres compartilham suas experiências e constroem uma rede de apoio da qual participam agentes comunitários de saúde e parteiras. Esses Círculos buscam empoderar as mulheres, melhorar sua autoestima, seu autocuidado e sua autoeficácia, para que isso se traduza em melhores interações com seus filhos. Esse projeto vem mostrando resultados promissores e tem grande potencial para ser ampliado e replicado.

Problemática

As mulheres em comunidades indígenas na Guatemala relatam baixos níveis de saúde, bem como altas taxas de depressão e ansiedade, condições que têm consequências importantes na saúde materna e no desenvolvimento infantil. Estresse psicológico, redes de apoio insuficientes, pobreza extrema e violência afetam a saúde mental das mães e limitam sua capacidade de resposta para proporcionar cuidados adequados aos seus bebês. Quando a saúde mental e emocional das mães se deteriora, sua capacidade para construir um apego seguro com seus filhos é afetada, impondo dificuldades para que meninas e meninos desenvolvam todo o seu potencial. Apesar dessas consequências negativas para mães e filhos, os serviços de saúde muitas vezes não atendem as necessidades de saúde mental ou não são usados devido a estigmas, mesmo quando estão disponíveis. Esse problema é mais grave entre as mulheres das comunidades indígenas da Guatemala, que têm menos acesso a serviços de saúde.

Solução

Esse programa propõe um acompanhamento com diferentes facetas: cuida da saúde psicossocial de mães e gestantes de comunidades indígenas da Guatemala, ao mesmo tempo em que promove seu bem-estar e sua participação ativa no processo de cocriação de soluções e autoacompanhamento. A intervenção foi criada por pesquisadores, agentes comunitários de saúde e parteiras para atender um conjunto de problemas de saúde mental. Nesse processo, as mulheres da comunidade desenvolveram uma teoria da mudança, identificaram as necessidades da comunidade e os recursos necessários para implementar a intervenção. As atividades em grupo incluem dinâmicas ou jogos, expressão artística (desenhos, dramatizações, música), com vistas a motivar a reflexão dos grupos e seus participantes. Além disso, são realizadas terapias psicossociais em grupo com componentes de gestão de emoções, exercícios de respiração e relaxamento, solução de problemas e escuta ativa. Essas atividades visam construir confiança e autoeficáfica e melhorar a autoestima das mulheres participantes. No total, são 12 sessões a cada duas ou quatro semanas, em que as mulheres da comunidade lideram as atividades.

Avaliação e Impacto

Foi conduzido um experimento de designação aleatória. A avaliação foi realizada em cinco comunidades da etnia Maya Mam e três comunidades K’iche’. Oitenta e quatro mulheres foram designadas aleatoriamente para os Círculos de Mulheres e 71 para um grupo de controle que não participou da intervenção (mas as mulheres foram convidadas a ingressar nos Círculos assim que o estudo foi concluído). Todas as mulheres estavam grávidas ou haviam dado à luz nos dois anos anteriores à intervenção.  A intervenção durou cinco meses, e as sessões foram realizadas a cada duas semanas. Os resultados mostram que as mulheres que participaram dos Círculos apresentaram melhores níveis de bem-estar, autocuidado e autoeficácia, em comparação com as mulheres do grupo de controle. As mulheres que participaram de um maior número de sessões registraram os maiores benefícios em autocuidado e cuidado das crianças, bem como em indicadores de estimulação precoce.

Dados básicos

População alvo
Cuidadores
Area
Saúde e nutrição
Parceiros
Buena semilla
Lugar
Guatemala
Data de início
Estado
Estágio intermediário
Tipo de intervenção
Atenção psicossocial e estimulação
Serviços de saúde
Modo de entrega
Sessões de grupo