Ampliar a Rede do AeioTU no México
Existem iniciativas de desenvolvimento infantil na região que têm conseguido oferecer estimulação e educação de qualidade às crianças mais novas. Mas como podemos criar sinergias para ampliar seu impacto não só em cada país, mas em toda a região? Esse projeto entende que inovação requer colaboração e, por isso, compartilha com o México o bem-sucedido modelo educacional AeioTU, criado na Colômbia, para, após um primeiro piloto, replicá-lo em grande escala, a partir das lições aprendidas nesse primeiro exercício. Com base em um programa de capacitação para o desenvolvimento de capacidades locais, os princípios do modelo AeioTU serão implementados por meio de uma rede, com foco na prestação de serviços de desenvolvimento da primeira infância de alta qualidade e em interações positivas com as famílias e a comunidade. Essa articulação inovadora fornecerá informações e aprendizagem para responder a uma pergunta importante: é possível replicar um modelo eficaz em outros países? E se esse for o caso, como adaptá-lo a contextos locais?
Problemática
Meninos e meninas são uma população altamente vulnerável. No México, os maiores níveis de pobreza são encontrados entre crianças de 2 a 5 anos (55,2% em situação de pobreza). Ao mesmo tempo, apenas 60% das crianças menores de cinco anos participam de um programa de desenvolvimento infantil. De acordo com a Pesquisa Nacional de Meninos, Meninas e Mulheres no México (Enim), 18% dos meninos e meninas entre 36 e 59 meses apresentam desenvolvimento inadequado em pelo menos três das seguintes áreas: alfabetização-conhecimentos numéricos, física, socioemocional e aprendizagem. Entre a população mais vulnerável, esse percentual chega a 22%.
Existem experiências internacionais para promover o desenvolvimento infantil que se mostraram eficazes. No entanto, ampliar ou replicar um modelo é uma tarefa que envolve vários desafios e que não produzirá necessariamente os mesmos resultados do modelo original. Na região há espaço para melhorias na aprendizagem da ampliação e replicação bem-sucedida de programas de desenvolvimento infantil de alta qualidade. Nos últimos anos, o AeioTU desenvolveu uma estratégia que busca replicar e ampliar seu modelo educacional por meio da formação e do acompanhamento do pessoal responsável pelos serviços de desenvolvimento infantil nos centros. Embora o modelo do AeioTU apresente avaliações rigorosas que mostram sua contribuição na Colômbia, a eficácia do programa precisa ser testada em diferentes culturas e contextos.
Solução
O AeioTU desenvolveu um modelo educacional avaliado, inspirado na filosofia de Reggio Emilia, reconhecido como a melhor pedagogia da primeira infância do mundo. O modelo foi aplicado com eficácia em vários contextos, em comunidades tanto vulneráveis como de alta renda na Colômbia. Desde 2010, avaliações independentes rigorosas têm mostrado que o modelo educacional do AeioTU: 1) fecha a lacuna de desempenho entre crianças pobres e ricas; 2) os pais brincam mais com seus filhos e as interações melhoram; 3) a depressão materna é reduzida; e 4) os pais usam disciplina positiva em vez de punitiva, com impactos importantes em termos do desenvolvimento geral das crianças, particularmente melhorias na linguagem e no desenvolvimento cognitivo.
Com o objetivo de contribuir para melhorar a qualidade dos Centros Comunitários de Assistência à Criança (Caic) do DIF (Desenvolvimento Integral da Família) no México, o modelo AeioTU será replicado por meio do desenvolvimento de capacidades locais em cinco estados, oferecendo treinamento a uma equipe de instrutores interdisciplinares com base em um esquema em cascata nos territórios. Com essa estratégia de desenvolvimento de capacidades locais, esse projeto busca promover o desenvolvimento das crianças, a melhoria dos formadores e a participação da família no cuidado infantil no México.
Avaliação e Impacto
O projeto realizará uma avaliação de impacto que determinará os efeitos da melhoria das práticas dos professores e da participação familiar no desenvolvimento da criança. Também serão avaliados processos para confirmar se as práticas de capacitação e ensino estão sendo usadas conforme previsto e para testar a eficácia do modelo de treinamento de formadores em cascata.